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Por que um arquiteto faz a diferença

Por que um arquiteto faz a diferença

Em todos os trabalhos que realizo como arquiteto e designer, procuro criar mais do que um simples local para alimentação fora do lar. Busco elaborar espaços para contemplação e aconchego. A arquitetura gastronômica é muito mais do que alimentar o estômago. Alimentamos o “espírito” e a “alma” dos freqüentadores. Não devemos seguir o que o concorrente já fez, e sim imprimir o diferencial, a novidade.

Com tantas idas e vindas que envolvem a transformação desses estabelecimentos, alguns partindo do zero (terreno), outros de uma reforma do imóvel já existente, transformamos as dificuldades em facilidades.

É possível aprender muito com as experiências, em que muitas vezes os orçamentos são enxutos. Não realizamos milagres! Trabalhamos com a realidade do cliente, dando aquilo que nos é pedido dentro da possibilidade. Não podemos vender aquilo que ele não pode comprar e, às vezes, o trivial é mais sensato e honesto. Menos é mais!

E como trabalhar para que a arquitetura e o design ajudem no sucesso do estabelecimento? Na escolha do ponto e do imóvel. Muitas vezes, pode parecer uma tarefa fácil, mas requer pesquisa e um estudo de viabilidade aprofundado. Existem locais em que o imóvel apresenta excelentes condições, porém o ponto está condenado ao fracasso. “Micado”. Quem nunca ouviu esse termo? O inverso também acontece, quando o ponto é maravilhoso e o prédio ou a construção inviabiliza o projeto.

A seguir, traço um paralelo da arquitetura e da gastronomia, quase numa ordem ideal de tarefas a serem cumpridas quando pensamos em reformar ou construir:

Com o advento da globalização, todos os setores, tanto a arquitetura como a gastronomia, são diretamente atingidos e influenciados pela “competitividade”. Há uma troca de informações gerada com mais rapidez, portanto, precisamos estar sempre atentos e fazendo algumas mudanças para nos destacarmos no mercado.

O projeto - gráfico

Quero ressaltar que um “projeto de arquitetura só não faz verão”. Inúmeros clientes buscam mudanças físicas para resolverem os problemas da empresa, em vez de buscarem o conjunto. Para iniciar o plano de ação, ou seja, não sair gastando na aparência ou na estética, é preciso verificar se o problema é conceitual ou administrativo.

Termino este texto com a frase do autor Stephen Covey: “Muitas de nossas práticas ainda são da ‘era industrial’, que já se tornou obsoleta. Estamos na ‘era do trabalho’, da inovação e do conhecimento. E essa ‘era’ será 50% mais produtiva”.

sergio

Alguns trabalhos do arquiteto e designer Sergio Carramate: Artezzanale, Quinta dos Pães, Padaria do Mercado, Empório Bermar, Divva,Frangaria, Gaia Grill, Estação Vila Moema, Via Café, Kanattá Café, Vila Alvear, entre outros.

One Response

  1. Nelson Candeias disse:

    Um arquitecto deve ser uma pessoa exposta às expriências gerais, mais que o habitual do homem comum, agregando conhecimentos ciêntíficos e de ciências não exactas, somando assim o lado artístico e técnico que a arquitetura contém. O verdadeiro arquiteto faz a diferença porque junta o administrativo (técnico) com o artístico (conceptual), ou seja, melhora o relacionamento entre estes dois lados, se não poderíamos ter uma cidade cheia de lanchonetes com venda de produtos industrializados dentro de um espaço construído de materiais económicos só porque é barato, espaços estes de azuleijos industrializados, onde a máquina industrial criaria quase tudo para servir um homem triste. O homem quer vida quer gozá-la, logo quer música, logo quer uma arte que se sinta no espaço e que seja tecnicamente funcional, económica, possível dentro do orçamento do cliente. Uma boa fotografia leva tempo a ser feita, um bom investimento também, uma boa música leva tempo a ser elaborada, uma obra, um projecto, porque envolve os aspectos técnicos bem conectados com os artísticos (símbolos), um filho uma vida e um grande amor. Atenção a globalização consegue ser mais produtiva mas não é mais criativa para as pessoas, só invejo o sturbuks a nível administrativo e a nível estético-funcional.

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